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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A MORTE DO DR. JAKSON FICARÁ IMPUNE?

A besta e a fera


Tenho ouvido de muitos amigos que aqui no Pará, especialmente em Parauapebas, não existe lei e quem morre logo será esquecido pelo descaso das autoridades e da justiça. Muitos falam que não vale a pena lutar contra as injustiças, contra a corrupção ou mesmo contra a violência, pois aqui fala mais alto a lei da pistolagem, da barbárie. "Um cara te dá um tiro no meio da rua, simula um assalto, simula um acidente, e pronto, fica por isso mesmo. Só quem perde é sua família", disse um amigo. Respondo sempre o seguinte: "melhor morrer como um homem do que viver como um rato".

Outro dia mesmo fui abordado na frente de casa por um certo elemento que goza da simpatia de muita gente em nossa cidade, que me disse o seguinte: "Você sabia que se eu te matasse aqui ninguém ia mexer comigo? Nem juiz, nem promotor, nem delegado?" Respondi: "claro que sei. Por isso estou prevenido e pronto para tomar outras medidas". É claro que não é isso que penso. Apenas me defendi à altura da petulância e arrogância daquele "cidadão". Sou do tipo ingênuo que ainda acredita nas instituições e na justiça. Mas, em primeiro lugar, acredito na Justiça Divina.

A morte do Dr. Jackson foi anunciada aos quatro ventos. Ele próprio fez a denúncia nos órgãos competentes reforçado pela respeitada OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Mesmo assim foi brutalmente assassinado. Seus algozes confiaram tanto na impunidade que não tiveram nem uma precaução. Apenas deixaram passar um tempo para esfriar o clamor que houve após as mortes do advogado Décio e do líder comunitário "Grande". Fizeram como fazem os assassinos profissionais: deram um tempo para que a vítima baixasse a guarda e se descuidasse.

Aqui não estou acusando ninguém, apenas discorrendo e analisando os fatos. Talvez a morte do Jackson não tenha nada a ver com as denúncias e as ações jurídicas que ele movia contra agentes públicos. Talvez tenha sido mesmo um assalto como muitos se apressaram em divulgar. (Em Manaus os assaltantes tem o hábito de andar pelas ruas com escopeta calibre 12 sem serem importunados pela polícia. Há, há, há). Talvez tenha sido uma fatalidade, um mal entendido, um acerto de contas, ou dezenas de outras possibilidades. Talvez. Tudo pode ter acontecido. 

Só tem um detalhe nessa história que pode tirar o sono de muita gente: o Dr. Jackson foi assassinado em Manaus-AM e não em Parauapebas-PA. Apesar da polícia de lá não ser essas coisas, está muito além da do nosso Estado. Lá as autoridades tem outra dinâmica, outra prática. Aqui só temos policiais com boa vontade, mas sem nenhuma estrutura para trabalhar. Em Manaus as autoridades não são tão corruptíveis como aqui. Por esse motivo, a morte do Dr. Jackson poderá não ser mais uma que entrará para a estatística da impunidade. Vamos aguardar e torcer para que as investigações em Manaus tenham êxito e para que a polícia bote as mãos nos assassinos e nos mandantes. Até lá vamos pedir a Deus que nos proteja para estarmos vivos e podermos ver essa vitória da justiça contra a impunidade.

"Os assassinos estão livres, nós não estamos" (O Teatro dos Vampiros - Legião Urbana).

Descanse em paz amigo Jackson. Estamos todos de coração partido mas com esperança de dias melhores. Sua morte não há de ser em vão. Ficaremos com o seu bom humor, sua irreverência, sua humildade, sua "molecagem" e sua alegria permanente. Deus há de recompensar sua família por essa perda brutal e irreparável.

4 comentários:

  1. Parauapebas inteira sabe quem mandou matar o dr, Jakson, mas nem eu nem ninguém se atreve a falar. É gente muito poderosa com muita grana e que tem a proteção até da polícia. Ninguém é doido der se meter com essa máfia. Mas a casa dele vai cair. Só um aviso, se você denunciar no disk denuncia procure um orelhão. Não ligue do seu telefone.

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    1. Por isso amigo,que a OAB tem que pedir para que esse crime possa ser federalizado, só assim para a sociedade ter respostas, porque se depender das autoridades corruptas aqui do Peba, vai cair no esquecimento como ocorreu em outros crimes.

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