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quarta-feira, 9 de julho de 2014

4.0 - Temos direito a sonhar

Por Antonino Brito*


Quando completei 35 anos convoquei três amigos para passarmos o dia juntos, sem mulheres, filhos, namoradas (quem porventura tivesse), e escolhemos um recanto fora da cidade, onde pescamos, bebemos e comemos um bom peixe frito à beira do lago. Eu que era abstêmio já alguns anos, acompanhei na base do refrigerante e água mineral.
            A razão deste encontro era trazer para hoje as ideias e projetos que norteavam nossas vidas nos idos da adolescência, quando nos conhecemos, e fazer um paralelo com o que nós realizamos nos quase 20 anos que se passaram.
            Saímos de lá com a certeza que acertamos mais que erramos, pois tínhamos família, filhos e gozávamos de bom relacionamento com a sociedade.
            Hoje completo 4.0, quarenta que mais parecem 20 pela vontade de realizar e às vezes parecem 60 pelas vitórias e derrotas acumuladas pelo caminho.
            Fiz muitos planos para comemorar os quarenta anos: uma grande festa na minha casa, uma viagem com a família pelo nordeste, assistir com os meus filhos um jogo do Brasil na copa do mundo. Ao final do prazo e a poucos dias do 05 de julho, após fazer alguns cálculos matemáticos, percebi, sem tristeza ou ressentimento, que os números não permitiam realizar qualquer um destes planos, não só os números, mas também outros acontecimentos que ao longo da minha caminhada me moldaram, as vezes com dor e outras com alegria e felicidades.
            Como quem tem amigos nunca está só, graças a Deus. Fui intimado a não sair de casa na noite do meu aniversário, mesmo já tendo duas agendas para comemorar a data em festas já organizadas, desmarquei a saída. Fizemos uma lasanha para receber alguns amigos em casa, e ao som do violão tomamos umas cervejas acompanhadas de petiscos e carne assada até a madrugada.
            Foi melhor do que o esperado, mais gostoso que o planejado e com isso tive a certeza que algumas pessoas sentem prazer em estarmos juntos.
            Fazendo um balanço, vejo que os melhores momentos vividos foram aqueles que tomei a decisão  de ir e fui, medindo sempre as consequências, mas não deixando que o medo definisse os rumos da minha vida.
            Renovei meus sonhos, troquei alguns deles e com isso acredito chegar aos outros quarenta com chance de olhar para trás e sorrir.



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